quinta-feira, 15 de novembro de 2012
Em 2011, Brasil reciclou 22% dos plásticos pós-consumo
As 815 recicladoras de plásticos do Brasil faturaram juntas R$ 2,4 bilhões e geraram 22,7 mil empregos diretos
A reciclagem no Brasil aumenta a cada ano, em todos os segmentos. Latas de aço, alumínio, papel, papelão, vidro, eletroeletrônico, pneus, material de construção, enfim, nada se perde, tudo se aproveita. Nesse mesmo itinerário, o plástico continua a melhorar seus índices, embora ainda longe de atingir o patamar ideal.
Coletar plástico no meio da rua é uma opção de emprego para milhares de brasileiros FOTO: Eco Hábito
Pesquisa da Maxiquim, consultoria especializada no segmento industrial, desenvolvida com base em 2011, aponta que, no período, foram reciclados no Brasil 21,7% dos plásticos pós-consumo. Ou seja, 736 mil toneladas de plástico que se destinariam ao lixo foram transformadas em novos produtos.
Em 2010 a marca foi de 19,4%. A pesquisa é anualmente encomendada pela Plastivida Instituto Sócio Ambiental dos Plásticos e desenvolvida de acordo com metodologia do IBGE.
A pesquisa aponta que, no ano passado, o Brasil registrou 815 recicladoras de plásticos; 52,4% delas no Sudeste; 34,2% no Sul; 8,8% no Nordeste; 3,9% no Centro-Oeste; e 0,6% no Norte do País. Essas empresas faturaram juntas, em 2011, R$ 2,4 bilhões, frente aos R$ 1,95 bilhão faturado em 2010, ou seja, um crescimento de 23%. Essas empresas geraram nada menos do que 22,7 mil empregos diretos.
Mostra também que a região Sudeste foi a que mais reciclou material plástico em 2011 (55,5%), seguida das regiões Sul (27,7%); Nordeste (9,9%); Centro-Oeste (5,4%); e Norte (1,5%).
Os segmentos que mais consumiram plásticos reciclados no ano passado foram utilidades domésticas, agropecuária, industrial, têxtil, construção civil, descartáveis, infraestrutura, limpeza doméstica, eletroeletrônicos, indústria automobilística, móveis e calçados.
O nível operacional médio da indústria brasileira de reciclagem de plásticos em 2011 foi de 63% da capacidade instalada, que é de 1,7 milhão de toneladas. A pesquisa mostra que esse fator é um reflexo da falta de sistemas de coleta seletiva no Brasil, já que dos 5.565 municípios brasileiros, apenas 443, ou seja, 8% contam com algum tipo de coleta seletiva e que não necessariamente atendem à demanda ideal para o incremento da reciclagem de materiais como um todo.
Outros fatores que ainda limitam um aumento expressivo na atividade, apontado pela pesquisa foram: aumento do preço do material reciclado e consequente queda na competitividade em relação à resina virgem, altos custos de utilidades, como energia elétrica, impedem o crescimento das recicladoras, a baixa qualidade do material que é coletado, a informalidade das empresas, entre outros.
Um entrave especial que atrapalha sobremaneira a reciclagem de plástico e os demais segmentos de uma forma geral é o da bitributação. Mesmo utilizando matéria-prima que já sofreu toda uma carga tributária anteriormente, as empresas que reaproveitam esse material ganham como "incentivo" para livrar o meio ambiente do lixo novos tributos que podem incidir de forma infinita, tantas vezes haja a reciclagem.
Incentivo
Ainda assim, a posição do Brasil no ranking mundial em termos de índice de reciclagem mecânica de plásticos pós-consumo tem relevante destaque. Suécia (35%), Alemanha e Noruega (33%), Bélgica (29,2%), Dinamarca (24%), Itália (23,5%), Suíça e Reino Unido (23%), Eslovênia (22%) e Brasil (21,7%). A média da União Europeia é de 24,7%.
O presidente da Plastivida, Miguel Bahiense, acredita que a educação - a disseminação dos conceitos de consumo responsável, reutilização dos produtos e destinação adequada dos resíduos, entre eles os plásticos - é o canal mais eficaz para que toda a sociedade - população, indústria, poder público - compreenda seu papel em prol da sustentabilidade.
"É por meio da educação e do empenho de todos - poder público indústria (produtos e serviços) e população - que vamos conseguir aproveitar melhor os recursos, gerar economia e garantir a preservação ambiental", afirma o executivo.
O inglês Alexander Parkes produziu o primeiro plástico, em 1962. Rapidamente, o material tornou-se um grande fenômeno da era industrial, garantindo mais durabilidade e leveza. No entanto, como em sua maioria não é biodegradável, tornou-se alvo de críticas quanto à sua destinação final em aterros sanitários ou lixões.
Assim, a reciclagem do plástico começou a ser feita pelas próprias indústrias, para o reaproveitamento de suas perdas de produção. Quando o material passou a ser recuperado em maior quantidade, separado do lixo, formou-se um novo mercado, absorvendo modernas tecnologias para possibilitar a produção de artigos com cada vez mais percentual de plástico reciclado.
Diversidade
Existem sete diferentes famílias de plásticos, que muitas vezes não são compatíveis quimicamente entre si. Isso significar dizer que a mistura de alguns tipos pode implicar em materiais com defeito, de baixa qualidade, sem as especificações técnicas necessárias para retornar à produção como matéria-prima.
No mercado brasileiro, conforme o Compromisso Empresarial para a Reciclagem (Cempre), os sete plásticos mais encontrados são o polietileno tereftalato (PET), usado em garrafas de refrigerante; polietileno de alta densidade (PEAD), consumido por fabricantes de engradados de bebidas, baldes, tambores, autopeças, dentre outros produtos e o cloreto de polivinila (PVC), comum em tubos e conexões e garrafas para água e detergente líquido. Além deles, se destacam o polipropileno (PP), que compõem embalagens de massas e biscoitos, potes de margarina e o poliestireno (PS), utilizado na fabricação de eletrodomésticos e copos descartáveis.
Recicladoras
8,8% é o índice de recicladoras de plástico na região nordestina, bem abaixo dos percentuais verificados no Sudeste (52,4%) e no Sul (34,2%)
FERNANDO MAIA
segunda-feira, 12 de novembro de 2012
São José é destaque em coleta seletiva
São José é destaque em coleta seletiva
Pesquisa mostra São José entre as melhores cidades nos itens custo e número de pessoas atendidas Agência O Vale
Pesquisa divulgada pela ONG (Organização Não-Governamental) Cempre (Compromisso Empresarial para a Reciclagem) aponta que São José dos Campos está entre as cidades brasileiras com maior destaque na área de coleta seletiva de lixo.
O estudo foi feito em capitais como Brasília, Belo Horizonte, São Paulo, Recife e Rio de Janeiro e municípios de grande porte como Campinas.
São José ficou entre as seis melhores cidades nos itens custo, volume de lixo que passou por coletiva seletiva e número de moradores beneficiados pelo sistema.
Com o estudo, denominado de Cicloft, é possível observar o quanto o setor cresceu no município. Se em 1999 apenas 61% da população era atendida pela coleta seletiva, neste ano o índice saltou para 100%.
Ainda de acordo com a pesquisa, em 2012 houve um volume mensal de 3.800 toneladas de resíduos destinados à coleta seletiva.
“O resultado [da pesquisa] não foi uma surpresa. Esforçamo-nos para evoluir sempre. Com a coleta seletiva, conseguim grandes ganhos, como o aumento da vida útil do aterro sanitário, economia de materiais naturais e uso de reciclados pelas empresas e geração de renda para os funcionários que trabalham com resíduos sólidos”, disse Denis Roberto do Rego, gerente de resíduos da Urbam (Urbanizadora Municipal S/A).
Melhorias/ A pesquisa mostrou ainda que o custo médio da coleta seletiva em São José é de US$ 101 (cerca de R$ 2,04) por tonelada. Ainda que abaixo da média nacional, de US$ 212, é necessário reduzir ainda mais o valor, já que de acordo com a ONG Cempre o custo ideal seria de US$ 47,50.
sábado, 3 de novembro de 2012
Brasil bate novo recorde na reciclagem de latas de alumínio
Somente 17, em cada mil latinhas de alumínio consumidas no Brasil, em 2011, foram parar no lixo. O índice de reciclagem de 98,3% atingiu um novo recorde e continua garantindo a liderança do país no setor, segundo informações do Valor Econômico. Em 2010, o percentual foi de 97,6%.
Somente 17, em cada mil latinhas de alumínio consumidas no Brasil, em 2011, foram parar no lixo. O índice de reciclagem de 98,3% atingiu um novo recorde e continua garantindo a liderança do país no setor, segundo informações do Valor Econômico. Em 2010, o percentual foi de 97,6%.
Na realidade, de acordo com o diretor executivo da Abralatas (Associação Brasileira dos Fabricantes de Latas de Alta Reciclabilidade), Renault de Freitas Castro, o Brasil pode considerar que toda a latinha consumida vai para a reciclagem. Isso porque não são contabilizadas as latas utilizadas para outros fins, como artesanato e fundições caseiras.
Por ano, a reciclagem gera um incremento de R$ 645 milhões na economia e economiza 3.780 GWh de energia, ao dispensar a utilização de mais matéria-prima para fabricação de novas latinhas, 95% a menos do que uma nova.
Por ser reciclável infinitamente sem perder a qualidade, a latinha também é o material mais reciclado internamente. O plástico PET, que ocupa a segunda posição, possui índices bem menores, com a reciclagem de 56% do material consumido.
A indústria brasileira reciclou no ano passado 18,4 bilhões de latas de alumínio, o equivalente a 50,4 milhões por dia, de acordo com a Abal (Associação Brasileira de Alumínio). Logo abaixo do Brasil, figuram na lista de recicladores o Japão, com o percentual de 92,6%, e a Argentina, com 91,1%. A Europa possui uma média 66,7%, pouco acima dos Estados Unidos (65,1%).
A reciclagem, que é estimulada neste setor no país há duas décadas, é feita essencialmente da coleta dos catadores de materiais recicláveis, responsáveis por encaminhar 85% das latinhas à reciclagem. Anualmente, a reciclagem gera um incremento de R$ 645 milhões na economia e economiza 3.780 GWh de energia, ao dispensar a utilização de mais matéria-prima para fabricação de novas latinhas, 95% a menos do que uma nova.
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